Acadêmica

Se na semana passada eu falei bastante sobre trabalho, essa semana a "bola da vez" é a faculdade. Terei 3 provas... Então é melhor aparecer na internet somente depois que esse sufoco passar.

O pior é que a última prova é só na sexta-feira :-/

Esclarecendo:

No post de ontem eu deixei uma dúvida para mim mesma, até.

Comecei o texto dizendo que, inicialmente, eu achava que as empresas eram um problema para mim, mas, à medida em que o tempo passou, cheguei à conclusão de que o problema estava em mim, e era preciso solucioná-lo. E, de repente, finalizo o texto falando que a empresa onde trabalho hoje foi capaz de me mudar...

Então? O problema estava mesmo em mim, ou nas empresas? E será que a empresa é tão diferente assim das outras, capaz de mudar os hábitos de seus funcionários?

Respondendo a essas questões, eu diria que, na verdade, houve mudança dos dois lados. Eu estava tão insatisfeita com a forma que eu visualizava o meu trabalho, que resolvi mudar de foco. 2003 não foi de todo inútil. No mínimo, eu aprendi o que "não fazer". E quando decidi aceitar a proposta e fazer entrevista, eu me dei o desafio de, caso fosse selecionada para a vaga, começar de uma forma diferente, mais responsável, mais pró-ativa, enfim, profissional.

O grande lance foi que, para dar esse primeiro passo, a empresa não me decepcionou (e é isso o que deve ter acontecido com as outras). Como eu disse no post de ontem, a primeira impressão foi confirmada no dia-a-dia. E essa solidez foi fundamental para que a minha decisão de "fazer diferente" pudesse se sustentar.

E de repente se passaram 9 meses. Parece que foi ontem o meu primeiro dia...


Em tempo: a empresa onde trabalho hoje, chama-se Rigesa, uma fábrica de embalagens de papelão. É muito provável que os eletrodomésticos, e outros produtos que tenham embalagem de papelão, em sua casa, tenham suas caixas fabricadas por lá ou em outra das cinco fábricas existentes no Brasil. É muito provável também que eu fale bastante dela por aqui, afinal, dedico 13 horas do meu dia útil a ela.

O bom da rotina

O ano de 2003 me marcou como tendo sido uma reviravolta, principalmente em minha vida profissional. Foi um giro de 360°. Sim, porque no final eu voltei ao mesmo ponto de partida. A diferença foi o aprendizado que absorvi em meio a esses 360 (dias ou graus?) percorridos.

Lembro-me que eu reclamava de mim mesma, falando da dificuldade que eu tinha de me concentrar, me motivar e até de acordar cedo para ir trabalhar...

Eu acreditava que o problema estava na empresa, e tratei de sair de lá na primeira oportunidade. Mas, não somente em uma, e sim nas duas empresas seguintes eu repetia as mesmas fraquezas de outrora.

Quanto tempo eu perdi sem perceber que a falha era minha, mesmo! Tanto era que eu vi a situação se transformar numa bola de neve. 2003 foi também o ano em que eu desistir do meu 2º ano da faculdade. Minha auto-estima foi aos níveis mais baixos. E eu via tudo descendo ladeira abaixo...

Mas eis que me surge a "tábua da salvação", uma luz no fim do túnel!

Desde o início daquele famigerado ano, havia uma empresa que me fazia propostas para ir trabalhar lá. Eu sempre recusava. Vários eram os motivos: a empresa era muito longe, o expediente iniciava muito cedo, medo de não passar da entrevista, medo de decepcionar quem estava contando comigo, enfim, medo de fracassar...

E um dia eu resolvi visitá-la. E me surpreendi com seu tamanho, sua estrutura. Ao ver a empresa e suas instalações, me perguntei como eu não havia ido lá antes... Ainda bem que a proposta ainda estava de pé!

E foi essa empresa que me devolveu disciplina, motivação, boa vontade e orgulho pelo trabalho que executo. Comprovei que, não somente à primeira vista, mas sim, diariamente, consigo sempre extrair algo de bom daquele lugar.

Todos os dias acordo às 5h da manhã (sem reclamar!), cumpro expediente de 7h às 17h e viajo quase 3 horas por dia para ir e voltar. E quando volto, sigo para a aula com o sorriso no rosto e boas notas no boletim.

Não é o melhor emprego do mundo, e está longe de ser o paraíso. Mas comparando as incertezas do ano passado com o otimismo que está em alta atualmente, só me resta agradecer.

E seguir em frente: "primeira estrela à direita, rumo ao amanhecer".

Autorização

Fortaleza, 03 de maio de 2004.

Fernando Sabino,

Há algum tempo atrás, me correspondi com você, falando de minha admiração por sua obra e meus anseios em também expressar meus sentimentos através de palavras tendo como inspiração o seu estilo tão peculiar de escrever.

Não sei se você se lembra... Afinal, enviei apenas duas cartas. Você as respondeu e inclusive me presenteou com seus livros. Agradeço muito pelos livros, os autógrafos, o bilhete... Suas letras estão guardadas num lugar muito especial entre minhas relíquias do passado.

Acontece que não te escrevi mais. Não sei explicar porque. Sempre tinha vontade, chegava a rascunhar algumas frases endereçadas a você. Porém, por timidez, talvez, não enviava a carta. Sem falar que, por um certo período, a minha inspiração se diluiu... Algumas preocupaçőes me fizeram estacionar em minha vontade de escrever. Trabalho, estudos... Enfim, é a vida que não compreende que o ócio é pai da criatividade.

Porém, não tenho intenção de parar de vez, jamais! E é por isso que me agarro a qualquer força de vontade que queira me trazer de volta.

Foi então que eu resolvi criar um site onde poderei escrever e divulgar o que escrevo. Dei a ele o nome de "O Caçador de Borboletas", inspirando-me na primeira crônica de seu "Livro Aberto", lançado recentemente, o qual ganhei de presente de aniversário.

Esta carta tem, além de cumprimentá-lo, a intenção de solicitar expressamente a sua autorização para que eu possa usar seu texto como sendo a minha referência. Gostaria de, inclusive, poder transcrever e divulgar a crônica completa no site.

O site já está no ar. E nele eu cito seu nome, sua obra. Porém, saiba que estarei disposta a desfazê-lo caso não haja autorização expressa de sua parte, conforme está escrito em seus livros. Vale salientar que este pedido refere-se exclusivamente ŕ crônica “O Caçador de Borboletas” e que não há fins lucrativos neste meu invento.

A URL do site é: http://cacadordeborboletas.blogspot.com

Por fim, me despeço e aguardo ansiosa a sua resposta.

Até mais,

Lediana Carvalho de Aquino.

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Fortaleza, 07 de maio de 2004.

Prezada Sra. Lediana Carvalho de Aquino,

A BEM-TE-VI FILMES LTDA, representante dos direitos autorais de Fernando Sabino, atendendo sua solicitação, tem o prazer de conceder autorização para transcrever, na íntegra, o texto "O Caçador de Borboletas", constante da obra "Livro Aberto" de autoria do mencionado escritor, no Site - http://cacadordeborboletas.blogspot.com.

O respectivo crédito a figurar ao pé do mencionado texto a ser transcrito é o seguinte:

SABINO, Fernando, in "Livro Aberto" Editora Record, Rio de Janeiro.

Com os melhores votos de sucesso,

Atenciosamente,

Pedro D. V. Sabino
BEM-TE-VI FILMES LTDA

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Então... Leia aqui a transcrição devidamente autorizada da crônica que de deu origem a este blog.

Pouco Tempo

Pouco...

Um dia é pouco para fazer o que precisa ser feito

Uma semana é pouco para chegar ao ponto

Um mês é pouco para cumprir a meta

Um ano é pouco para realizar o sonho

... Tempo

Um belo dia para recomeçar: hoje

2004 chegou e seguiu de repente.

Uma pequena pausa para as festas de reveillon (e que reveillon, o meu!); depois já é carnaval (alegria, alegria!); re-início das aulas (agora, vai!); feriados prolongados, religiosos ou não (viagem, chocolates, cinema, chocolates, passeios, chocolates, hmmmm!)... E agora que me dou conta de que já estamos quase na metade do ano.

O tempo passa ligeiro. Mas as coisas não deixam de acontecer. Vamos vivendo, passando pelas situaçőes mais variadas. E quando abrimos os olhos: "- Voilá!" já somos outra pessoa, temos outros pensamentos, outras atitudes, outra bagagem.

O detalhe é que apesar das mudanças, mais ou menos sutis, preservamos uma identidade. Características que tempo nenhum pode apagar. É como dizia o casal Niobe e Morpheus na trilogia "The Matrix", em certas ocasiőes: "- Algumas coisas nunca mudam" e em outras: "- Algumas coisas mudam".

Eu mudei... Aliás, vivo em constante metamorfose. Mas de uns tempos pra cá percebo em mim uma consciência bem diferente sobre como enxergar a vida e o que ela me traz. Foi rápido. Tão rápido quanto os últimos 5 meses.

Gostaria de ter relatado essa mudança, exposto pensamentos, divulgado idéias... Mas ter sempre algo a dizer (escrever) é um desafio que este blog me impőe. Às vezes, isso chega até a me intimidar. E talvez seja essa a razão do "silêncio".

Mas nunca é tarde, e sempre é tempo para recomeçar, principalmente quando esta decisão depende somente de mim.

Então vamos em frente. Como diria Humberto Gessinger: "o melhor ainda está por vir".