Monday, November 28, 2005

(Depois de uma hora rabiscando e apagando o post que eu escreveria)

Ora, mas pra quê analisar tanto!? Eu já percebi que o amor não tem explicação, mesmo. Que ele não anucia nem sua chegada, nem sua partida. Sei bem o que quero, o que busco, o que desejo... E não é preciso temer, nem alimetar tantas expectativas, sejam elas negativas ou positivas.

Mesmo sendo tão difícil ter uma definição do que está acontecendo... É simples perceber como meu coração se sente leve, acariciado, tocado, querido. E não há como resistir ou deixar de experimentar. Porque não imaginar que o amor chegou aqui e pede morada?

Tudo aconteceu tão rápido, tão repentino. Eu me permiti, deixei acontecer, me entreguei de forma plena. E minhas razões foram simples: pura vontade, puro querer.

Foi um fim de semana maravilhoso! E eu quero de novo, de novo e de novo. Não nego, não escondo. Sinto-me encontrada. Tal como o caçador de borboletas de Mário Quintana, que não correu atrás delas, mas cuidou de seus jardins para que as asas fossem em sua busca. Achei não quem eu estava procurando, mas quem estava procurando por mim!

E para retratar o momento, vamos de Vinicius & Tom.

CHEGA DE SAUDADE
Antonio Carlos Jobim - Vinicius de Moraes


Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque não posso mais sofrer

Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai

Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio
De viver longe de mim
Não quero mais esse negócio
De você viver assim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim...

Beijos!!!

Friday, November 18, 2005

Por onde anda minha presença virtual

Eu ando por aqui, lendo muito mais do que escrevendo nos blogs e flogs da vida... E nessa "caminhada", encontrei o texto abaixo.

Me identifiquei muito com o que está escrito. No texto original, é "ela" ao invés de "ele". Troquei para ficar mais próximo da minha realidade.

Eu não pensei que seria forte assim. Ontem chorei e nem sei como comecei. Eu estava feliz! Sim, eu estava! Foi quando percebi os meus olhos úmidos. Mas minhas lágrimas me ensinam que tudo um dia passa. Eu não estou sofrendo. Apenas lamento, lamento muito...

Vamos ao texto, então...

Origem: Blog - Avesso do ossevA
Autor: Cesar

Ah se ele dissesse...

A primeira vez que ele apareceu, flor do meu acaso, ficou determinado nas tábuas de lei, lá dos céus, o início do cisma entre meu passado de incertezas e o futuro improvável, embora ainda não soubéssemos que estávamos na chuva e ela iria nos molhar. Até o dia em que ele surgiu dançando o baile imaginário, numa roupa de conteúdo improvável e sem nenhuma certeza estatística de que aquilo era de verdade e não uma ilusão de óptica, uma epifânia de quem não tragou e não duvida da fé. Mas eu o vi na retina cansada destes olhos meus que, um dia, ainda muito distante, a terra há de comer, sem o sentido bíblico da coisa com a qual eu o devoraria, e senti o abalo nas minhas placas tectônicas, o sismo na minha abissal fossa sentimental. Desde então tudo que era ilegal, imoral ou que engorda, a metafísica, a oratória e o perfil do colesterol mudaram ao sabor dos seus encantos e do arco-íris de seu riso. Mas como tudo que me acontece além da linha do horizonte, não sai como rezam as lendas e o horóscopo chinês, ele deixou meu coração no bung-jump existencial, oscilando como um samurai bêbado, num haraquiri de fazer inveja a piloto japonês.

Ah, mas se ele soubesse que, desde aquela vez, em que veio ao meu mundo tal qual um Adão, sem a parreira, e viu a maçã virar sobremesa, eu dividiria o universo em dois hemisférios, abaixo e acima de sua barba ruiva. Ah se ele dissesse que é louco por mim e que ficaria no meu corpo feito tatuagem pra me dar coragem de seguir viagem e outras canções. Ah se ele dissesse que é louco por mim e batesse a porta do seu casulo para nunca mais voltar e fizesse comigo uma casa no campo. Eu juntaria as mãos para o céu e agradeceria por ter alguém que eu gostaria que andasse comigo na rua, na chuva, na fazenda e na casinha de sapê, que a vida nada mais é do que esse velho cantar de ilusões.

Se ele soubesse que por ele eu aprenderia uma nova língua, decifraria os sinais de fumaça, comeria manga com leite e mudaria a ordem das constelações celestes para que seu riso passasse a orientar os navegantes solitários como eu. Se ele soubesse que pularia de para- quedas e contaria a história do mundo no seu ouvido feito uma Sherazade online e com segundas intenções, para garantir que funcionaria regularmente por ser sábado e outros dias da semana, por mais que mil, por todas as noites de minha vida, perdido no pôr do sol dos olhos dele que acontece todos os dias entre lugares tão distantes como a primavera e o verão, o pólo norte e sul, o equinócio e o solstício.

Por ele aprenderia a dançar, o nome das flores, cavalgaria o minuano, andaria sobre os telhados e por seu beijo removeria montanhas e iria a Maomé e o tornaria meu orixá regente. Só por ele, tão lindo, tão lindo, tão lindo, que confunde meu sono e sonho, eu desviaria a rota dos cometas e a hora de Greenwich. Eu faria tudo diferente, sem meter os pés pelas mãos. Ah! Eu acordaria. Mas só se ele dissesse, se ele dissesse, que é louco por mim...


Poizé... Sabe aquele poema do Drummond?

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.


É mais ou menos por aí...

Beijos!