Sunday, January 04, 2009

Retrospectiva 2008: o ano da CORAGEM

Em 2008 me deparei com situações as quais no passado eu temia que acontecessem. E me surpreendi com a capacidade de enfrentá-las e seguir em frente. Foi também o ano em que eu consegui pôr em prática muitas atitudes, projetos que estavam engavetados, esperando apenas meus primeiros passos para se tornarem realidade.

Em Janeiro, o Reveillon em Pipa - RN foi novamente o melhor jeito de começar o ano. A viagem, a turma no camping, as fotos, as amizades cada vez mais enlaçadas, as boas companhias, enfim, toda a alegria vivida ali foi um prenúncio da agitação que seria todo o decorrer do ano.

Fevereiro trouxe um carnaval caseiro, momento em que preferi fazer uma faxina geral na minha casa e na minha vida, e iniciar o ano de fato! Comecei a estudar para o Concurso da PETROBRAS e vi a partir daí minha vida girar em torno das conseqüências desta prova e seu resultado.

O mês no meu aniversário, Março, seria também o mês em que a prova da PETROBRAS aconteceria, porém, uma ironia do destino fez com que a prova fosse adiada para...

... Abril. E, coincidência ou não, foi também o mês em que fui demitida da Esmaltec, mais precisamente uma semana antes da prova. A prova... Na verdade, era somente com ela que eu me preocupava à época. A demissão foi inclusive comemorada, pois assim eu teria uma semana inteira livre para estudar. Fui confiante para Macaé-RJ e fiz uma das melhores e mais tranqüilas provas, desde que virei concurseira. Mas não seria fácil derrubar 12.000 concorrentes, eu sabia disso. No dia do resultado constatei que havia sido aprovada, sim, porém, numa classificação superior ao número de vagas. Mesmo assim não tão longe, o que me dá até hoje a esperança de convocação.

Maio foi um mês de recomeço. Parei, olhei ao redor e vi as possibilidades que eu tinha. Decidi que não ia procurar emprego naquele momento. Há um tempo eu já convivia com a vontade de fazer algo diferente da minha experiência profissional, aprender coisas novas, me envolver com outros ramos de atividade. Mas não sabia ainda o quê. E enquanto eu não me decidia, resolvi relaxar... E numa bela tarde de uma terça-feira qualquer, sem muito planejamento ou finalidade específica, fui à pista de Atletismo do Colégio Militar, conversar com meu amigo a eterno treinador Edilson sobre tudo que andava acontecendo comigo ultimamente. Óbvio que como educador físico, o conselho dele foi: "- Corra!". Conselho esse que eu passei a seguir desde então.

Em Junho tive mais 2 concursos que me surpreenderam negativamente. Um em Salvador-BA e outro novamente em Macaé-RJ. Pensei que estivesse bem para fazer a prova, mas nem cheguei a me classificar em nenhum dos dois. Concursos são realmente uma "caixinha de surpresas"! O melhor da experiência na verdade foi fazer mais uma viagem para a animada Salvador e conviver com seus moradores sempre de alto-astral contagiante, e passar uma semana em Macaé, cidade que um dia certamente irei morar, ou ao menos trabalhar.

A revolução do ano aconteceu em Julho. Quando os treinos já estavam virando uma doce rotina, eis que surge a turnê nordeste dO Teatro Mágico e minha aventura de "fugir com o circo" seguindo com a trupe e trabalhando com eles em todas as cidades da turnê: Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió e Salvador. Uma experiência única que agradeço muito ao Universo e seus acasos por ter-me possibilitado. A viagem rendeu as portas abertas para que, caso eu tivesse vontade de ir para São Paulo, poderia continuar o trabalho iniciado durante a turnê. Passei algumas semanas em dúvida sobre dar ou não esse passo tão importante e ao mesmo tempo tão incerto. E como se não bastasse, no meio dessa simples dúvida entre ir ou não, recebi uma proposta de emprego tentadora! Apesar de tudo conspirar para a mudança não acontecer, resolvi encarar o desafio e partir para São Paulo de mala e cuia, sem intenção de retorno.

Agosto, meu primeiro mês em São Paulo, foi repleto de novidades. Eu ainda me sentia uma turista deslumbrada. Parecia mesmo que a qualquer momento tudo ia acabar, pois era assim que eu estava acostumada a essa cidade: ficar um tempo e depois ir embora. Então a regra era aproveitar ao máximo tudo que eu pudesse! No começo era tudo ótimo, excitante, eu diria.

O tempo foi passando e chegou Setembro. E fui me dando conta que eu estava ali para ficar. Cada vez mais envolvida com o trabalho, os amigos, a cidade, fazendo novos amigos, novas turmas. E essa certeza me deixava até mais feliz, e ainda com aquela idéia de que tudo era lindo e maravilhoso, tudo era possível e nada poderia me abater.

E foi em Outubro que eu "acordei" e percebi finalmente que nada aqui é diferente de todas as experiências que já tive, de todos os aprendizados que necessito. Pois sou a mesma Lediana. Mudou o lugar, mudaram as pessoas, mudaram os movimentos, mas no fim tudo parece se repetir: mesmos conflitos, mesmas confusões, mesmas ilusões... Com isso tive a oportunidade de lidar com sensações e sentimentos que fundamentaram aprendizados antigos, e fizeram me deparar cada vez mais comigo mesma, e minha essência. Em suma, defini: "Ok, é preciso sobreviver, mas São Paulo não vai tirar leveza com que enxergo a vida, São Paulo não vai me endurecer, como faz com tantos outros nativos e imigrantes."

Após essas conclusões e decisões, Novembro resumiu-se à minha dedicação total ao trabalho. Foi bom pra poder dar um tempo em tudo, criar novos hábitos, e esperar...

... Para que em Dezembro chegasse a merecida folga e a possibilidade de pôr em prática um antigo sonho: participar da São Silvestre. Estando São Paulo, eu não iria perder a oportunidade. E os dias que antecederam a corrida foram, sem dúvidas, os melhores do ano. Onde pude experimentar sensações de auto-afirmação, amor-próprio, autoconfiança... Tudo embalado pelas corridas diárias que decidi fazer em preparação para o dia 31. Percebi, de uma vez por todas, que é correndo que eu me encontro. Endorfina é o meu vício! E é quando ela me falta que as coisas se desequilibram. E a São Silvestre foi ótima, muito melhor do que eu imaginava! Mas tenho que criar outro post para falar sobre ela, senão este aqui perde o seu foco.

O Reveillon foi na beira-mar do litoral paulista. Um pouco diferente do que eu estava acostumada... Mas o saldo foi positivo, apesar de alguns pesares.

Por fim, o ano encerrou-se com portas abertas para um futuro desbravador! Em 2008 eu ultrapassei limites sei que posso ir ainda mais além!