Sunday, December 07, 2003

Inicial

Inspiração para o nome e a filosofia deste blog, meu escritor favorito - Fernando Sabino - na primeira crônica de seu "Livro Aberto", se auto define como "o caçador de borboletas" e conta em seu texto uma frase idêntica ao verso de um poema que eu mesma escrevi: "Quem me dera ser uma borboleta!"

Circula pela internet um texto que pede a você que aprenda com as borboletas enfrentando as dificuldades e tendo como prêmio a liberdade e a possibilidade de uma nova vida, uma mudança radical. Há outro que conta a história de um homem que ajuda uma borboleta a se livrar do casulo, cortando-o com uma lâmina. Com isso, a borboleta jamais conseguiu voar, pois deveria ter se esforçado sozinha, sem qualquer auxílio. Somente assim desenvolveria a força necessária para sustentar-se num vôo. Caetano fez um poema chamado "A Grande Borboleta" onde a compara com o cérebro humano ao desejar em seus versos "que a grande borboleta seja completa mente solta".

Borboleta é um símbolo que me acompanha e me fascina desde tempos remotos da pré-adolescência. A lagarta, o casulo, a força necessária para se libertar e se tornar bela, admirável e sair voando em busca apenas de sobrevivência, como todo e qualquer ser vivo... Tudo isso figura para mim como uma verdadeira lição de vida.

Porque me passa a imagem da superação, do esforço natural e gratuito. A lagarta não quer voar, nem se libertar. Ela sequer sabe que um dia sua vida será diferente. Na verdade, o que é morte para a lagarta, é nascimento para a borboleta. Acontece como diz Humberto Gessinger: "Nascer pode ser uma passagem violenta: o futuro se impőe, o passado não se agüenta!"

E essa é a natureza das coisas. Tudo vai acontecendo a todo instante, o passado se enterra, nós adquirimos força e sabedoria necessária para seguir adiante rumo ao futuro e sobrevivemos... Custe o que custar, doa a quem doer.

E assim esse blog vem dar o ar de sua graça: abrindo um casulo, e pronto para levantar vôo...