Wednesday, December 31, 2008

2009

As resoluções para 2009 já estão muito bem desejadas, definidas e planejadas. E o melhor é que as boas novas chegaram antes mesmo do ano começar!

Que seja o ano da REALIDADE. Chega de estacionar em sonhos e fantasias... Tudo pode acontecer, basta querer!

E a música para o meu Reveillon é:

CUIDE-SE BEM
Guilherme Arantes

Cuide-se bem!
Perigos há por toda a parte
E é bem delicado viver
De uma forma ou de outra
É uma arte, como tudo...

Cuide-se bem!
Tem mil surpresas
A espreita
Em cada esquina
Mal iluminada
Em cada rua estreita
Em cada rua estreita
Do mundo...

Pra nunca perder
Esse riso largo
E essa simpatia
Estampada no rosto...

Cuide-se bem!
Eu quero te ver com saúde
E sempre de bom humor
E de boa vontade
E de boa vontade
Com tudo...

Pra nunca perder
Esse riso largo
E essa simpatia
Estampada no rosto...


Feliz ano novo para todos nós!

Thursday, December 25, 2008

O pior dos pecados

Abaixo transcrevo um poema cujos trechos insistiam em invadir minha memória. Precisei copiar não somente o poema como também uma breve explicação do que ele quer transmitir. E, para mim, trazê-lo para cá tal como encontrei na internet, é também uma metáfora, que explica, melhor do que qualquer outra justificativa, a estupidez do meu post anterior: pura vaidade.

Relendo o que escrevi, parece-me que tentei transferir a responsabilidade dos meus conflitos e as conseqüências de minhas escolhas para as outras pessoas, e para os últimos acontecimentos.

Mas agora me dou conta de que não devo posar de "vítima das circustâncias". Também não adianta bancar a revoltada com o mundo, e reagir como se fosse realmente necessário uma resposta.

Por que não há respostas, talvez nem mesmo perguntas... Há a Vida, o Universo, e Eu no meio disso tudo...


DOS DESENGANOS DA VIDA HUMANA, METAFORICAMENTE
Gregório de Matos


É a vaidade, Fábio, nesta vida
Rosa, que de manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.

É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.

É nau enfim, que em breve ligeireza,
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos preza:

Mas ser planta, ser rosa, ser nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?


O próprio título do soneto, "Dos desenganos da vida humana, metaforicamente", alude ao emprego intensivo da metáfora. O poema se entretece a partir de três metáforas da vaidade: rosa, planta, nau (navio), que têm duração efêmera, ainda que se suponham eternas.

Primeiramente são mostradas as qualidades de cada um desses elementos metafóricos. Como a rosa, a vaidade "rompe airosa" (elegante); como a planta favorecida pelo mês de abril (quando é primavera na Europa), ela segue rapidamente, feito uma "galeota empavesada" (embarcação enfeitada); como uma nau ligeira, preza alentos e galhardias (elogios e elegâncias).

Observe que as metáforas são colocadas nos versos 2, 5 e 9 e, após retomadas nos versos 12 a 14, quando, no último terceto, o poeta as dispõe em ordem decrescente, inversa: a penha (pedra) destrói a nau, assim como o ferro (instrumento de corte qualquer) destrói a planta e a tarde (o tempo que passa) destrói a rosa. A conclusão a que se chega, portanto, é que a vaidade é frágil e efêmera.


Créditos: http://www.geocities.com/alcalina.geo/39litera/barroco.htm

Sunday, December 21, 2008

"Em Roma, como os romanos"

Como não podia deixar de ser, São Paulo vem me trazendo algumas surpresas. Apesar dos meus vinte e sete anos, e toda a bagagem que a idade pode me dar, não é de hoje que sempre me comporto como uma aprendiz, e aberta a novas vivências.

Também é fato que as novidades que venho presenciando estão me fazendo sentir novamente como uma criança que aprende seus primeiros passos depois de tantas quedas, ou que pronuncia palavras e gestos novos através da observação e imitação dos outros à sua volta.

É bem verdade que a cidade, a vida que eu passei a levar, a atitude de chegar até onde cheguei, me fizeram sentir "livre, leve e solta" na metrópole, mais uma na multidão que não seria notada por suas ações e reações...

Mas, que nada! As pessoas têm olhos, ouvidos, bocas, opiniões e preconceitos maiores do que eu podia imaginar. É o Lobo Mau e eu a Chapeuzinho Vermelho.

Em suma, me surpreendi comigo mesma, com meu amadorismo e reações tão "verdes" a situações que em outras condições eu tiraria de letra. Mas tudo bem, vamos em frente, como diz a música: "Levanta, sacode e poeira e dá a volta por cima".

Tão ingênua. Tão ingênua eu fui em meus primeiros movimentos... E foi preciso mesmo um tempo para as coisas se ajustarem e eu poder entender melhor tudo o que estava acontecendo, e até que ponto havia equilíbrio entre o que eu estava sentindo e pensando, e a realidade que estava ao meu redor. E só depois disso eu tive condições de escrever a respeito.

Escrever e aprender que estou na cidade das aparências, da adaptação e submissão à vida em sociedade e da necessidade de se adequar a essa rotina, a essa atuação.

Sim, tornei-me uma atriz para ser aceita, enfim, para ser. Ledo engano achar que me sentiria plenamente satisfeita ao expor como realmente sou...

Mas deixo claro que não chego ao ponto de ser uma fraude, uma farsa. Eu diria que meu comportamento hoje é igual à mesma criança, agora adaptada, após se deparar com uma série de processos educativos. E não exerço resistência a essa nova condição. Pelo contrário, vou dançando conforme a música, ciente de que estou num teatro...

Confesso que não sou fã desse espetáculo muito menos de minha personagem. Mas ao menos estou aprendendo, como sempre, e colhendo os frutos de fazer bem feito o exercício, o dever de casa.

Quanto ao meu "Eu", meu "Ego" minha "Essência"... Percebo que quanto mais represento, mais entro em contato com tudo que está dentro de mim. E é o que importa, sinceramente. Passam a ser segredos que guardo comigo mesma, e que não dizem respeito a mais ninguém.

E para encerrar, assim mesmo sem fim, segue uma das músicas que embalaram esse post:

HUMANO DEMAIS
Gessinger

De tudo que é humano nada me é estranho
se o mar não tá pra peixe desse tamanho
eu não esquento, eu não me iludo
eu troco em miúdos o primeiro toque
e nada pode ser maior

de tudo que é humano nada me é estranho
fruto e semente...criatura e criador
as curvas da estrada...as pedras no caminho
os filmes de guerra e as canções de amor
nada pode ser maior

de tudo que acontece nada me surpreende

tudo me parece !tão normal!
um big mac...maktub...
drops de Deus...filosofia fast-food
nada pode ser maior

não é ciência exata, não acontece em tempo real
é demais !humano demais!
não é ciência exata, não acontece em tempo real
é demais !animal!

e agora somos só nós dois: eu e minha circunstância
sempre foi só nós dois: eu e minha circunstância
sempre só nós dois: eu e eu e eu e eu eu...