Tuesday, September 14, 2004

Os meus 3 lares - II

O segundo é o lugar onde eu passo maior parte do meu dia. Se eu não gostasse dali, o que seria de mim?

Meu trabalho

Um ano se passou e eu ainda estou por lá. Já me acostumei com o gosto da comida, com o clima do ar condicionado, minha mesa em "L", todas as minhas chaves, meu computador... Outro cubículo onde me estabaleço todos os dias, grande parte do dia.

De todos os lugares onde trabalhei, reconheço que essa empresa é a situação mais confortável onde me encontro tanto no lado pessoal como no profissional. Já não sou mais uma pedra bruta. Estou lapidada e procuro dar o melhor de mim cuidando do meu lugar.

Os colegas de trabalho são também "colegas de cativeiro" e, às vezes, cúmplices de momentos. Vejo-os todos os dias, desconheço-os quase todos. Mas desejo-lhes um bom dia com sinceridade, torcendo para que o meu também seja.

Dia-a-dia, rotina... "Problemas sempre existiram, sempre existirão". O segredo é "fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte e da procura um encontro".

Eu sinto que meu papel vem sendo bem cumprido e está sendo satisfatório produzir ali. Aprendi que, acima de tudo, o importante é fazer o meu trabalho, de forma correta, íntegra, honesta. Esse é o meu desafio. É o "leão" que eu mato todos os dias.

Wednesday, September 01, 2004

Os meus 3 lares - I

Vamos iniciar aqui mais uma série. Tratam-se dos três espaços físicos onde eu mais convivo no meu dia-a-dia e que, de tão habitual, de tão adaptada que estou a eles, receberam de mim o título de "lar".

O primeiro como não podia deixar de ser, é...

Minha casa

Demorei para ver aquele kitnet como sendo a "minha casa". Resistia em chamá-lo assim pela certeza de que seria provisório. Via-o (e ainda vejo-o) como um pouso. Poderá ser outro amanhã (ou pelo menos quando vencer o contrato de aluguel).

Mas, depois de rever alguns conceitos, e chegar à "brilhante" conclusão de que nada mesmo é eterno, defini que minha casa é todo lugar, provisório ou não, "onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros, e nada mais"... Fica mais fácil me adaptar, encarando as coisas dessa forma.

Confesso que cuido pouco deste lar. Ele não é arrumado nem tão limpo. Sou minha própria empregada, diarista, secretária. Talvez por isso tolero tanta desordem naquele cubículo onde nem haveria espaço para bagunça... Tomo cuidado apenas com os extremos. Tenho traumas com seres vivos nascendo, crescendo e multiplicando-se numa panela onde dias antes havia macarrão: sobra do jantar. Procuro fazer com que cenas como essa jamais se repitam. Ainda bem que neste ponto eu venho obtendo sucesso!

É ali, e somente ali, onde sou quem eu quero ser. Ao chegar em casa, executo um certo ritual: tranco a porta por dentro, tiro os sapatos e me livro das roupas formais enquanto caminho até o quarto (a dois ou três passos da porta de entrada) e visto-me com a roupa mais leve. Nessa hora, o dia que se passou vem à mente como um filminho: me felicito pelas ações e reações corretas, me arrependo dos erros cometidos, me dou bronca pelo que não fiz e deveria ter feito e prometo melhorar. Assim encerro o dia e me sinto pronta para amanhã.

Nos minutos que antecedem meu sono, faço só o que me dá vontade, já tenho compromissos demais fora dali. às vezes eu caio na cama e durmo, às vezes fico assistindo tv ou no computador até mais tarde, às vezes ligo o rádio e canto, e danço, e salto... Lavar a louça, a roupa, cuidar da casa e até comer ou não, é uma questão de conforto e não de necessidade. Eu mesmo delimito a minha satisfação.

Nos finais de semana, quase sempre há pretextos para sair dali e se aventurar. Mas quando não há, meu sono vai até mais tarde e finalmente eu reservo um tempo para cuidar de mim e da casa. Afinal, assim como eu, ela também precisa de carinho e atenção, por mínimo que seja...