Friday, November 18, 2005

Por onde anda minha presença virtual

Eu ando por aqui, lendo muito mais do que escrevendo nos blogs e flogs da vida... E nessa "caminhada", encontrei o texto abaixo.

Me identifiquei muito com o que está escrito. No texto original, é "ela" ao invés de "ele". Troquei para ficar mais próximo da minha realidade.

Eu não pensei que seria forte assim. Ontem chorei e nem sei como comecei. Eu estava feliz! Sim, eu estava! Foi quando percebi os meus olhos úmidos. Mas minhas lágrimas me ensinam que tudo um dia passa. Eu não estou sofrendo. Apenas lamento, lamento muito...

Vamos ao texto, então...

Origem: Blog - Avesso do ossevA
Autor: Cesar

Ah se ele dissesse...

A primeira vez que ele apareceu, flor do meu acaso, ficou determinado nas tábuas de lei, lá dos céus, o início do cisma entre meu passado de incertezas e o futuro improvável, embora ainda não soubéssemos que estávamos na chuva e ela iria nos molhar. Até o dia em que ele surgiu dançando o baile imaginário, numa roupa de conteúdo improvável e sem nenhuma certeza estatística de que aquilo era de verdade e não uma ilusão de óptica, uma epifânia de quem não tragou e não duvida da fé. Mas eu o vi na retina cansada destes olhos meus que, um dia, ainda muito distante, a terra há de comer, sem o sentido bíblico da coisa com a qual eu o devoraria, e senti o abalo nas minhas placas tectônicas, o sismo na minha abissal fossa sentimental. Desde então tudo que era ilegal, imoral ou que engorda, a metafísica, a oratória e o perfil do colesterol mudaram ao sabor dos seus encantos e do arco-íris de seu riso. Mas como tudo que me acontece além da linha do horizonte, não sai como rezam as lendas e o horóscopo chinês, ele deixou meu coração no bung-jump existencial, oscilando como um samurai bêbado, num haraquiri de fazer inveja a piloto japonês.

Ah, mas se ele soubesse que, desde aquela vez, em que veio ao meu mundo tal qual um Adão, sem a parreira, e viu a maçã virar sobremesa, eu dividiria o universo em dois hemisférios, abaixo e acima de sua barba ruiva. Ah se ele dissesse que é louco por mim e que ficaria no meu corpo feito tatuagem pra me dar coragem de seguir viagem e outras canções. Ah se ele dissesse que é louco por mim e batesse a porta do seu casulo para nunca mais voltar e fizesse comigo uma casa no campo. Eu juntaria as mãos para o céu e agradeceria por ter alguém que eu gostaria que andasse comigo na rua, na chuva, na fazenda e na casinha de sapê, que a vida nada mais é do que esse velho cantar de ilusões.

Se ele soubesse que por ele eu aprenderia uma nova língua, decifraria os sinais de fumaça, comeria manga com leite e mudaria a ordem das constelações celestes para que seu riso passasse a orientar os navegantes solitários como eu. Se ele soubesse que pularia de para- quedas e contaria a história do mundo no seu ouvido feito uma Sherazade online e com segundas intenções, para garantir que funcionaria regularmente por ser sábado e outros dias da semana, por mais que mil, por todas as noites de minha vida, perdido no pôr do sol dos olhos dele que acontece todos os dias entre lugares tão distantes como a primavera e o verão, o pólo norte e sul, o equinócio e o solstício.

Por ele aprenderia a dançar, o nome das flores, cavalgaria o minuano, andaria sobre os telhados e por seu beijo removeria montanhas e iria a Maomé e o tornaria meu orixá regente. Só por ele, tão lindo, tão lindo, tão lindo, que confunde meu sono e sonho, eu desviaria a rota dos cometas e a hora de Greenwich. Eu faria tudo diferente, sem meter os pés pelas mãos. Ah! Eu acordaria. Mas só se ele dissesse, se ele dissesse, que é louco por mim...


Poizé... Sabe aquele poema do Drummond?

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.


É mais ou menos por aí...

Beijos!

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